Mulheres cansadas é uma série que começa com um autorretrato, um olhar para dentro que diz muito sobre a percepção do que está no entorno. Esta coleção de rostos e semblantes é “a tradução do meu cansaço e o de outras pessoas”.
“A tradução do meu cansaço e o de outras pessoas”
Em sua grande parte, os retratos desenhados e esculpidos sâo uma forma de encontrar paralelos em um sentimento compartilhado por todos, mas principalmente pelas mulheres. Débora Anacleto, fazendo parte de um coletivo feminino de artistas que se colocam a proposta de discutir e criar a partir do conceito de masculinidade, percebe também o potencial criativo de compreender o universo masculino e o seu impacto no mundo.
Dessa forma, ao se deparar com literatura e bibliografia especializada que traziam também as temeridades e atrocidades sofridas por mulheres do passado, a artista passa a dialogar com um sentimento estafante do olhar feminino hoje e ao longo do tempo.
A série, Mulheres Cansadas, foi exposta em um espaço multicultural que também funciona como barbearia, tomada, em sua grande parte, pelo publico masculino. Ao final dos cortes de cabelo e barba, os homens tinham a sua cadeira virada em direção aos retratos.
Logo, Mulheres Cansadas é também um retrato em si de um olhar para a identificação com o outro e um convite a deixar transbordar em aparências o que está dentro de cada um de nós.
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